ABRINDO FREQUÊNCIAS:
Em 1956, ELVIS PRESLEY, recebeu 50 mil dólares para cantar um número no ED SULLIVAN SHOW, o mais acalentado espetáculo da televisão norte-americana. Jamais,
antes, um artista merecera cachê tão elevado. Ótimo. Só que,
nos três minutos em que esteve no ar, ELVIS-THE-PELVIS
foi focalizado apenas da cintura para cima. Havia, afinal, o perigo de que seus turbulentos meneios derriéricos viessem a ofender o moralismo da tradicional família yanque.
Passou-se o tempo. ELVIS sobrepujou pruridos, destruiu estigmas. Virou moda, mito, estímulo e sinônimo das várias
revoluções comportamentais que mexeram com os EUA dos
anos 50, 60 e 70. Admitir apenas isso, porém, não basta.
ELVIS, além da sociologia, foi um excelente cantor, daqueles capazes de passar sua voz de um grave ao agudo com a suavidade de um patinador. Barítono de fôlego formidável que
conviveu tranquilamente com o rock seco e ritmado que sacudiu a juventude de vinte anos atrás ( alguns exemplos memoráveis: BLUE SUEDE SHOES, I GOT A WOMAN, ALL SHOOK UP, HOUND DOG e o maravilhoso JAILHOUSE ROCK )
e que, acima de tudo, praticamente inventou e desenvolveu um
gênero com a sua maneira de interpretar baladas ( LOVE ME
TENDER, I WANT YOU I NEED YOU I LOVE YOU, LOVING
YOU, DON'T BE CRUEL, IT'S NOW OR NEVER, KAUAI e, bem
recentemente, MY BOY ).
Lembro-me da primeira vez em que o ouvi, sem saber como era.
Logo imaginei tratar-se de um daqueles negros magníficos e
personalíssimos, tal e qual um cantador de SPIRITUALS, um
herói da great ole opry, bem no estilo de um PAUL ROBESON.
Que nada. O mago ROBESON jamais usaria um topetão daqueles,
negra crista de galo a coroar um corpo de estivador. Mas teria
adorado, sem dúvida, saborear um pingo que fosse da idolatria
presleyana. Uma idolatria que se ancorou, é certo, nas transformaçôes
que ELVIS e seu jeito ajudaram a produzir. Mas que não resistiria
a duas décadas de frenéticos e frágeis modismos se, além de seu pélvis
e de seu penteado, ele não fosse um admirável profissional da arte de
cantar.
SÍLVIO LANCELOTTI REVISTA ISTO É 24-08-1977
MATÉRIA ORIGINALMENTE PUBLICADA NO BOLETIM
FROM ELVIS NÚMERO 8 DE 30 DE ABRIL DE 1986, PELO
ELVIS-ALWAYS ON MY MIND FAN-CLUBE DE CURITIBA-PR
Excelente reportagem de SÍLVIO, que trabalhava até pouco tempo atrás
como comentarista esportivo da ESPN. Trabalhou por muito tempo
comentando os jogos do Campeonato italiano de futebol, ao lado de
LUCIANO DO VALLE, na BANDEIRANTES. Nas horas vagas é
mestre cuca e aparece fazendo aquelas propagandas de uma forma de assar
bolos, etc chamada color cook. Reproduzimos uma foto dele com GEORGE FOREMAN, ex campeão mundial de box peso pesado ( de costas ) nos
bastidores da TV.
Foi extrememente feliz em sua homenagem.
ABRAÇOS À TODOS!!!!!!!!!! QUAPLÁ!!!!!!!!!!
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